Clementina é um projeto de criação artística focado em atividades laboratoriais e fora dos circuitos comerciais. Em 2025, a programação inclui uma criação de Gabriela Barros, fruto de uma residência artística centrada na pesquisa de arquivos distritais e histórias de vida, que serão sistematizadas para a construção coreográfica. A obra será apresentada no Theatro Circo e em intervenções públicas e sociais, promovendo o diálogo entre arte, cidade e habitantes. “Clementina” é uma atividade de quatro anos que reflete sobre a igualdade de género, explorando a relação entre espectador e obra. A partir de uma investigação artística aprofundada, aborda as quatro vagas do feminismo, que moldaram a luta pela igualdade de género do século XIX até à atualidade. A construção coreográfica envolverá 80 crianças e jovens como mediadores, promovendo uma reconfiguração de práticas e pensamentos sobre género, corpo e relações sociais.
“Chega sempre com os braços cheios de sacos. Traz sempre o mundo às costas e não percebe porquê. Traz tudo o que precisa, tudo o que pode precisar, tudo o que já precisou. Nada pode falhar, Rosa não pode falhar. Tem necessidade de ter sempre junto dela, tudo o que nos pode faltar. “Nos pode faltar”, nada pode falhar. Rosa, a ´enjeitada´ não pode falhar. Prazeres nasce num dia sem mês, em 1890, filha da’enjeitada’ e pai incógnito e segue a vida deixando a linhagem das Marias do Norte. Em cada Maria, virtudes e erros, mas em todas elas um pouco de Rosa. Com o fardo da vida a pesar nas costas e os braços cheios de sacos, seguem afortunadamente fortes. Inspirada numa história real, esta é a narrativa das mulheres de uma família desde 1869 até hoje.”