Call-Conexões Artísticas Ligadas em Laboratório centra-se na pesquisa performativa e na promoção de uma educação artística que previligie o ser individual e o respetivo retorno ao ser coletivo, incentivando desta forma a formação de públicos para a dança contemporânea e a necessidade da sua permanente atualização. O programa integrado de mediação cultural, abrange os espaços culturais e patrimoniais usados pela Arte Total nas suas ações bem como espaços nacionais e internacionais, refletindo as especificidades e o papel de cada equipamento e públicos a atingir.
Call Oficina são ações que fomentam o diálogo intercultural. Neste espaço, encoraja-se o risco, as ideias, o fazer, o refazer, e a aprendizagem que nasce do erro e do acaso. Nestas oficinas, o objetivo é estimular a criatividade e a imaginação dotando os participantes, desde muito cedo, de ferramentas que lhes possibilitem uma análise e reflexão sobre os objetos que produzem, sobre o mundo e o nosso sentido nele.
escola eb1 do carandá - 2018 a 2024
O projeto anual CALL – escola EB1 do carandá, fruto de uma parceria entre a Arte Total e o Município de Braga, com apoio do Ministério da Cultura | Direção geral das Artes, foi iniciado em 2018 com apenas duas turmas do 1ºciclo da EB1 do Carandá e, desde 2023, segue com todas as turmas desta escola.
O programa centra-se na pesquisa formativa e na promoção de uma educação artística que priviligia o ser individual e o respetivo ao ser coletivo, desestabilizando rotinas e constrangimentos, através da criação de questionamentos, reflexões, partilha e discussão das práticas de terreno e da própria investigação em arte. O trabalho desenvolvido destina-se à estimulação e aproveitamento da capacidade criativa, capacitando os alunos para a interpretação e a descoberta de linguagens individuais, através da experimentação e ensaio de composição coreográfica, bem como de pesquisas técnicas e fusão de linguagens.
Artistas formadores: Cristina Mendanha, Gabriela Barros e Carolina Vieira
Omnia - 2021
Omnia foi um trabalho desenvolvido em torno de um questionamento sobre o conceito de aprendizagem. Tendo como referência de metodologia de trabalho a ideia de exploração do espaço performativo, o nosso objetivo foi tornar este processo criativo numa experiência co-presente, em que o espaço coreográfico se torna simultaneamente em experiência dos participantes, dos interpretes e do público.
“Há uma história oriental que nos pode ensinar algo nesta situação. É a de um monge que tem por tarefa levar um mocho mágico, dentro de um saco, de um lado ao outro da cidade. O mocho diz-lhe: vou contar-te algumas histórias acerca da minha vida, actos bárbaros que pratiquei e actos generosos. Sempre que julgares os meus actos eu desapareço e tu és obrigado a começar de novo. Assim foi: o animal contou então uma das suas façanhas medonhas e o monge não resistiu a dizer: isso é mau! Resultado: de imediato o mocho desapareceu do saco e o homem viu-se obrigado a voltar ao ponto de partida, onde o animal mágico o esperava para relembrar: Se me queres não me podes julgar. Falhou mais duas vezes o monge, pois a meio do caminho descuidava-se e, por palavras ou pensamentos, aprovava ou desaprovava as histórias contadas. À quarta tentativa conseguiu, finalmente. Ouviu histórias, do princípio ao fim, e não as julgou. Conseguiu, assim, levar o mocho até ao outro lado da cidade. A aprendizagem terminava.“ Tavares, G.M. ( 2010 ) Histórias Falsas, pag. 49
In | Extense Space -2021
IN | EXTENSE SPACE explora a noção de espaço coreográfico baseado na conceção de espaço como um conceito relacional dinâmico sugerindo que o espaço coreográfico seja construído num espaço intensivo, numa rede espaço-temporal transitória de forças, vetores e tensões, processuais e instáveis e, inevitavelmente, experienciais.
Com a descoberta dos neurônios-espelho no córtex, sabemos que quando um sujeito executa uma ação ou quando um sujeito vê uma ação a ser executada, estes neurônios disparam.
Quando observamos alguém a movimentar-se, são ativados circuitos motores no cérebro que não resultam directamente dos nossos movimentos, mas sim de uma experiência mental desses movimentos.
O trabalho propõe que o espaço performativo se torne numa experiência co-presente e que se tome consciência de que, essa experiência, existe em qualquer experiência de espaço coreográfico, seja essa experiência de participantes, intérpretes ou público.
Artistas: Catarina Almeida; Cristina Mendanha; Gabriela Barros; Paulo Mesquita; Peter Michael Dietz
M_e_m_u Coreografar Memórias - 2020
m_e_m_u divide-se em dois momentos distintos: um primeiro trabalho de exploração e construção coreográfica, em formato de oficina, e um segundo momento onde apresentamos ao público o resultado desse processo em formato vídeo dança. Em m_e_m_u, arriscamos uma experiência performativa onde as memórias dos participantes são o ponto de partida. Neste projeto, marcamos encontro entre a estrutura de dança Arte Total e o grupo de jovens Padre David de Oliveira Martins para, juntos, descobrirem como um espaço coreográfico pode ser um espaço de relações, onde diferentes forças e tensões se cruzam, para produzir um objeto em permanente construção.
Parceiro Circuito – Serviço Educativo Braga Media Arts (gnration): Arte Total, Centro Social Padre David de Oliveira Martins
Formadores: Arte Total | Cristina Mendanha ; Gabriela Barros
Vídeo : Catarina Almeida
Nota: o vídeo produzido no contexto deste projeto foi musicado pela ODE – Orquestra de Dispositivos Eletrónicos
Call - Arte Total - 2020
Nas últimas décadas, a intensificação dos deslocamentos a nível global acelarou de forma irreversível as trocas interculturais, contribuindo para as novas realidades sociais. Cada vez mais, o conhecimento transita de um lugar para o outro, promovendo intercâmbios visíveis e invisíveis, e interferindo nas realidades com as quais entram em contacto. Os deslocamentos que proliferam na atualidade gerando realidades transculturais, tendo a dança o potencial de ampliar possibilidades de tradução e negociação, já que quem dança, tendencialmente, percebe informações diferenciadas da cultura, por via do corpo.
Coreógrafo: David Ramalho; Performers: Alunos da Arte Total
Mnemosine - 2018
Das múltiplas possibilidades de pensar a memória interessou-nos as relações entre lembrar e narrar. Dos pedaços de memória que foram ficando, as palavras foram sendo transformadas em corpos e em movimentos. Assim, os fragmentos foram-se construindo na prática e na teia do discurso dos interpretes co-criadores. Com uma forte herança de um século emergente em novos códigos artísticos e um passado recente onde se consolidam novas tecnologias surgidas no século anterior: a fotografia ou o cinema, que nos sensibilizaram para novas formas de percepção da realidade e da noção de arte, impôs-se uma relação dialéctica num jogo caleidoscópico em que as conexões entre memória e movimento se formaram num quadro de concretizações. A experiência da criação, neste trabalho, reside na dificuldade que fomos encontrando e combatendo. Novos sentidos e novas imagens remetem-nos duplamente para o hoje e o ontem: a única leitura possível do presente.