



O Ciclo Contrapeso é uma ação dedicada à programação, dirigida ao acolhimento de artistas internacionais ou com produção internacional. É um ponto de encontro de artistas, pesquisadores e criadores e tem como objetivo nuclear impulsionar novas ideias e desafios criativos com arte e tecnologia para o desenvolvimento e apresentação de trabalhos em Braga, que privilegiem narrativas e desafios contemporâneos, incentivando a implementação de boas práticas ecológicas nos domínios artísticos, nomeadamente com o uso de recursos digitais nas criações de dança. Metaforicamente, o conceito de contrapeso é utilizado, nesta atividade, como trilho que mantém o equilíbrio entre a relação das Artes Performativas e a sustentabilidade ambiental, nomeadamente com o desenvolvimento de ações em que a criação em dança se ligará digitalmente a outras áreas artísticas. Assim, será desenvolvido um ciclo cujo suporte tecnológico servirá de criação e motivação para a concretização de um espaço físico de criação.
Echo, um prelúdio à história de Narcissus
Echo é, no poema Metamorfoses de Ovídio, “aquela que não sabe falar em primeiro lugar, que não pode calar-se quando se fala com ela, que repete apenas os últimos sons da voz que lhe chega”. Ovídio narra as mudanças das formas e o que indicará a chegada de novos corpos: noua corpora. Através de uma múltipla fusão de variações, o poeta desenvolve a perpétua combinação do que persiste -mens-, e do que acaba -corpus-, ajustando-se, assim, ao axioma do poema: a identidade de um ser transformado que se manifesta numa alteridade. Tal como Echo, o trabalho que se apresenta é um reflexo ou um duplo de Narcissus. A relação simbólica entre eles será assinalada por simetrias e diálogos sentidos entre a música de Pedro Lima executada pelo DrummingGP sob direção de Miquel Bernat, com new media set design de Pasquale Direse e o trabalho coreográfico da Arte Total Cia. Um prelúdio à história de Narcissus poderá ser visto, ouvido e sentido desde a entrada do Mosteiro de S. Martinho de Tibães, passando pelo foyer e terminando na sala do Capítulo… e ver tudo de novo num ciclo que se repete.
Vídeo – Echo, um prelúdio à história de Narcissus
Direção artística Cristina Mendanha
New media Set design Pasquale Direse
Performer Mercedes Quijada, Lia Castro, Carolina Vieira e Margarida Guimarães
Música Pedro Lima
Músicos Drumming GP (Miquel Bernat, João Miguel Braga Simões, André Dias, Pedro Góis)
Produção Arte Total
Fotografia André Ralha
Apoios República Portuguesa – Cultura / Direção-geral das Artes; Gnration
Echoes of Motion
Através de uma instalação de multimédia reativa, Echoes of Motion explora as fronteiras da comunicação não-verbal e o diálogo entre o movimento humano e a resposta digital. Nesta performance somos convidados a testemunhar uma interação em evolução entre um bailarino e uma “presença enigmática”, representada por visuais e paisagens sonoras dinâmicas.
Direção Artística Cristina Mendanha
New media Set design Diogo Marques
Performer Lia Castro
Produção Arte Total
Fotografia André Ralha
Apoios República Portuguesa – Cultura / Direção-geral das Artes; Gnration
film
A teoria do imaterialismo de George Berkeley diz-nos que as pessoas e os objetos só existem se forem observados. Esta hipótese terá influenciado o único guião que Samuel Beckett escreveu para cinema, Film. Sem som nem palavras, esta curta-metragem estreou em Veneza em 1965. A câmara segue a figura de Buster Keaton, quase sempre de costas, enquanto se tenta esconder e escapar a tudo e a todos que possam observá-lo até chegar a uma casa em ruínas, onde tenta destruir o seu reflexo no espelho.
O ambiente dramático e poético de Film serve de inspiração a esta performance. Centrado no corpo e no seu movimento, Bruno Bravo explora temas como a autoconsciência, o reflexo, a ilusão, a identidade, o som, o silêncio, a luz e a sombra.
Bruno Bavo é Diretor artístico e cofundador da companhia Primeiros Sintomas e do Centro de Artes de Lisboa, encenou espetáculos a partir de obras de autores clássicos como Shakespeare, Tchékhov, Strindberg, Samuel Beckett ou Oscar Wilde. Colaborou com o dramaturgo Miguel Castro Caldas, encenando vários dos seus textos. Como ator de teatro trabalhou com Jorge Silva Melo, Sandra Faleiro, Francisco Salgado, João Fiadeiro e Carlos Gomes, e em cinema com Manuel Mozos, Sandro Aguilar, Margarida Gil, José Nascimento e Miguel Gomes.
Vídeo – Film
Direção artística Cristina Mendanha
Criação e Encenação Bruno Bravo
Intérpretes Lea Siebrecht, Carolina Vieira
Música Miguel Pedro Guimarães, Jorge Coelho, Rafael Machado, Rui Leal
Produção Arte Total
Fotografia André Ralha
Vídeo Vasco Rocha